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Foto do escritorDra. Michelle Ramos

Parkinson e depressão: qual a relação entre as doenças?


Quadros depressivos são bastante comuns entre pacientes com doenças crônicas e degenerativas. No caso da doença de Parkinson (DP), a depressão é a alteração não-motora mais comum, atingindo cerca de 50% dos pacientes.


Portanto, a relação entre Parkinson e depressão é mais estreita do que se possa imaginar.


Se não for tratada, a depressão pode intensificar outros sintomas parkinsonianos, comprometendo a capacidade cognitiva do paciente e piorando a sua qualidade de vida.


Neste artigo, vou falar sobre como o quadro depressivo se desenvolve em pacientes com Parkinson e como auxiliar os pacientes que enfrentam as duas doenças.


A depressão e a doença de Parkinson

A depressão faz parte dos sintomas não motores da Doença de Parkinson.


Isso porque o cérebro dos pacientes parkinsonianos possui alterações químicas nas áreas responsáveis pela produção de dopamina, serotonina e noradrenalina, neurotransmissores diretamente relacionados ao humor, energia e bem-estar.


Além disso, os quadros depressivos podem até mesmo anteceder as manifestações motoras da doença de Parkinson, evidenciando ainda mais esta relação.


Os desafios no diagnóstico e no tratamento

Muitas vezes, os sintomas (motores e não-motores) da doença de Parkinson se assemelham aos da depressão.


Por isso, muitas vezes o paciente parkinsoniano pode passar um bom tempo com um quadro depressivo não diagnosticado.


Fadiga, declínio da atenção e das capacidades cognitivas, tensão muscular, alterações gastrointestinais e distúrbios do sono são sintomas do Parkinson que podem também estar presentes na depressão.


Mas como diferenciar a depressão idiopática (ou clássica) da depressão em pacientes com Parkinson?


Este pode ser um grande desafio, mas de fato podem existir diferenças sutis entre os dois quadros. Caso que precisa ser avaliado com calma , para entender se é propriamente uma depressão ou apenas bradicinesia (lentidão ), a qual responde muito bem ao tratamento com medicações dopaminérgicas, especificas para doença de parkinson.


Assim, a queda de dopamina causada pela DP pode fazer com que o paciente sinta vergonha, medo, desânimo e apatia.


Tudo isso pode ser confundido com preguiça e cansaço - e fazer com que a depressão seja ignorada em pacientes parkinsonianos.


Parkinson, depressão e qualidade de vida

A depressão pode causar prejuízos cognitivos e funcionais aos parkinsonianos, afetando seu desempenho em atividades do dia a dia.


Maiores queixas sobre os sintomas motores e maior dificuldade para realizar atividades que exigem memória e fluência verbal são alguns dos principais impactos.


Além de reduzir a qualidade de vida do paciente, isso pode causar uma sobrecarga emocional ainda maior nos cuidadores e familiares.


Apesar de tudo isso, a boa notícia é que é possível tratar os quadros depressivos, auxiliando no controle dos sintomas e devolvendo bem-estar.


Como é o tratamento para a depressão na doença de Parkinson?

Após o diagnóstico preciso, é hora de iniciar o tratamento do quadro depressivo.


Normalmente, o tratamento mais eficiente é uma combinação de medicamentos antidepressivos e terapia.


Mas é preciso avaliar criteriosamente quais antidepressivos combinam com os antiparkinsonianos. Esse processo pode levar algum tempo, até que as medicações sejam ajustadas e cheguem ao resultado desejado.


Além disso, é preciso reforçar a importância da atividade física para o tratamento do Parkinson e da depressão: o movimento aumenta a disposição, melhora o humor e traz mais qualidade de vida.


Ao notar qualquer sintoma depressivo em pacientes com DP, não deixe de buscar ajuda. A depressão é uma doença e deve ser tratada, como qualquer outra.


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