Também chamada de paralisia facial periférica, a paralisia de Bell é uma condição em que ocorre o enfraquecimento ou a paralisia dos músculos de um lado do rosto.
Na paralisia de Bell, ocorre a inflamação do nervo da face que é responsável pelo controle da musculatura do rosto. Tal inflamação leva ao inchaço do nervo e dos vasos sanguíneos ao seu redor, fazendo com que eles sejam comprimidos pelos ossos cranianos e levando à limitação dos movimentos.
A paralisia de Bell é uma condição com bom prognóstico, em que os pacientes se recuperam (total ou quase totalmente) em alguns dias ou meses.
Neste artigo, vou falar sobre as causas deste distúrbio, seus principais sintomas, a diferença entre essa condição e outras doenças mais graves e como é feito o tratamento. Continue a leitura e saiba mais!
Quais são as causas da paralisia de Bell?
Existe uma crença popular de que a paralisia facial periférica pode ser causada por “choques térmicos” ou “golpes de ar frio”. No entanto, isso não possui nenhuma evidência ou respaldo científico.
Atualmente, sabe-se que a inflamação do nervo facial e a interrupção do seu funcionamento ocorre por infecções virais de diversos tipos. Os principais tipos de vírus que levam à paralisia de Bell são o herpes simples (genital e labial), o herpes zoster (catapora), o Epstein-Barr (mononucleose), o citomegalovírus, o adenovírus, entre outros.
Condições imunológicas, em que o sistema de defesa ataca o próprio organismo, também podem causar a paralisia de Bell.
Quais são os sintomas?
Os principais sinais e sintomas da paralisia facial periférica são:
Fraqueza muscular em todo lado do rosto.
Dificuldade para fechar o olho e piscar, o que pode ressecar o olho e levar a lesões na córnea;
Desvio da boca para o lado contrário da paralisia, o que pode ocasionar a diminuição do paladar na parte anterior da língua e a salivação excessiva;
Problemas de dicção;
Dor atrás do ouvido
Dificuldade para sorrir e enrugar a testa.
A maior preocupação de um paciente com paralisia de Bell é o receio de que esteja diante de um Acidente Vascular Cerebral. No entanto, existem algumas pistas clínicas que ajudam os profissionais a descartar a possibilidade de um derrame.
Algumas dessas pistas são: na paralisia de Bell não há paralisia em outra região do corpo e a condição afeta a parte superior do rosto, enquanto no derrame a boca “entorta” sem que o olho seja atingido.
Portanto, é importante procurar um médico com urgência para avaliar se não há nenhuma lesão neurológica grave e iniciar o tratamento o quanto antes.
Como é o tratamento da paralisia de Bell?
O tratamento para a paralisia de Bell não é feito para reverter a paralisia facial, mas sim para acelerar a recuperação do paciente.
Não existe uma abordagem padrão, de modo que a conduta terapêutica pode variar de acordo com a extensão do dano no nervo facial e das condições clínicas do paciente.
Normalmente, são utilizados medicamentos esteróides (corticóides) para reduzir o inchaço do nervo facial e recuperar a circulação dos vasos sanguíneos na região.
O importante é que o tratamento seja iniciado logo nos primeiros dias após o início dos sintomas. Além de fazer com que a recuperação seja mais rápida, isso diminui o risco de sequelas permanentes.
Além disso, durante o tratamento, é preciso tomar um cuidado especial com os olhos. Com a dificuldade para fechar os olhos e a menor produção de lágrimas, o ressecamento excessivo pode causar lesões na córnea, a camada protetora ocular. Portanto, colírios, pomadas oftalmológicas e tampões podem ser recomendados.
Apesar de ser uma condição temporária, a paralisia de Bell pode levar a transtornos funcionais e estéticos que reduzem a qualidade de vida do paciente.
Portanto, ao notar qualquer alteração nos músculos da face, não deixe de procurar um médico neurologista para realizar o diagnóstico e o tratamento de forma rápida e eficiente.