Com o envelhecimento, é normal que as pessoas apresentem redução em sua capacidade cognitiva, apresentando esquecimentos, certa desorganização mental ou mesmo uma maior lentidão para executar tarefas.
No entanto, quando essas queixas se tornam mais frequentes e intensas, é preciso buscar ajuda médica, pois podem ser um sinal de comprometimento cognitivo leve (CCL).
Também chamado de declínio cognitivo leve ou transtorno cognitivo leve, esta é uma condição neurológica com prevalência de 15% a 20% entre os idosos brasileiros, que pode evoluir para quadros como a Doença de Alzheimer.
Apesar de ser tão comum, pouco se fala sobre o comprometimento cognitivo. Por isso, neste artigo, vou explicar o que é o CCL, suas causas e a relação com a demência.
Continue a leitura e confira!
O que é o comprometimento cognitivo leve?
O comprometimento cognitivo leve é caracterizado pelo declínio de uma ou várias funções cognitivas, tais como a memória, orientação espacial e capacidade de aprendizado e de concentração.
Essas alterações podem ter várias causas, tais como depressão, ansiedade, estresse, distúrbios do sono e síndromes metabólicas e endócrinas.
O CCL não afeta a funcionalidade do paciente, que continua a executar suas tarefas cotidianas - ainda que com maior dificuldade.
Portanto, o declínio cognitivo leve é entendido como uma condição intermediária entre a degeneração normal que ocorre com o envelhecimento e o surgimento de síndromes demenciais, como o Mal de Alzheimer.
Qual a relação entre o Comprometimento Cognitivo Leve e a demência?
A principal diferença entre o declínio cognitivo leve e uma demência, como a Doença de Alzheimer, é a funcionalidade.
Enquanto um paciente com Mal de Alzheimer passa a não conseguir cumprir suas atividades e a depender da ajuda de outras pessoas, no CCL as alterações não chegam a interferir de forma tão drástica em sua rotina.
Mas é preciso ficar atento, pois cerca de 10% dos pacientes diagnosticados com declínio cognitivo leve podem evoluir para um quadro demencial.
Certamente, nem todas as pessoas que apresentam pequenas falhas de memória irão desenvolver Alzheimer - mas a maioria daqueles que têm demência apresentaram algum comprometimento anterior.
Por isso, a avaliação neuropsicológica é uma ferramenta fundamental para o diagnóstico correto, avaliando a fluência verbal, a memória visual e a abstração do paciente.
Existe tratamento para o comprometimento cognitivo leve?
Não existe nenhum medicamento específico para o CCL, sendo que o tratamento normalmente é focado nos fatores que podem estar associados ao declínio cognitivo.
No entanto, algumas intervenções podem ajudar a manter as funções cognitivas ativas. A principal delas é o treinamento da memória e o estímulo ao aprendizado.
Algumas recomendações são:
Leitura de jornais ou revistas, para pacientes que não estão acostumados a ler;
Livros com grau de compreensão estejam acima do habitual, para pacientes que já possuem o hábito de leitura;
Aprendizado de um novo idioma ou um instrumento musical;
Prática regular de atividades físicas;
Manutenção de vínculos sociais e afetivos.
Ao longo deste artigo, expliquei o que é o comprometimento cognitivo leve, quais são suas causas e sua relação com a demência de Alzheimer.
Ficar atento aos sinais do declínio cognitivo leve pode ajudar a retardar as perdas e preservar a autonomia do paciente.
Por isso, se você notar qualquer sinal de alteração cognitiva persistente ou que esteja causando dificuldades ou sofrimento para você ou um familiar, não deixe de buscar avaliação e ajuda médica.
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