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  • Foto do escritorDra. Michelle Ramos

Bactéria intestinal pode estar associada ao Parkinson?

A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas no mundo todo, provocando rigidez, tremores e dificuldades de movimento.


As causas do Parkinson ainda são consideradas desconhecidas, mas os cientistas têm obtido cada vez mais pistas sobre a origem da doença.


É o caso de um novo estudo realizado na Finlândia, que aponta a relação entre uma bactéria intestinal comum (Desulfovibrio) e o desenvolvimento da doença de Parkinson.


Neste artigo, vou falar sobre a pesquisa e o que esperar sobre o tema. Continue a leitura e confira.


O contexto da pesquisa sobre a Bactéria

Desde que foi descrita pela primeira vez pelo médico inglês James Parkinson, cientistas se dedicam a entender as causas da doença.


Nesta pesquisa, divulgada em maio de 2023 por Dr. Per Erik Saris, foram coletadas amostras fecais de 10 pacientes com doença de Parkinson e seus cônjuges saudáveis, em busca de espécies de Desulfovibrio.


Posteriormente, cepas isoladas dessa bactéria foram oferecidas como alimento para vermes Caenorhabditis elegans modificados para expressar a proteína alfa-sinucleína humana.


Segundo a pesquisa foi constatado que os vermes alimentados com bactérias Desulfovibrio de pacientes com doença de Parkinson eram propensos a produzir agregados de alfa-sinucleína em maior volume e quantidade do que aqueles alimentados com bactérias Desulfovibrio de indivíduos saudáveis ou mesmo aqueles alimentados com cepas de E. coli.


O que os resultados dos estudos sobre a bacteria indicam?

Bacteria no intestino relacionada ao Parkinson
Bactéria pode esta associada ao Parkinson?

A agregação de alfa-sinucleína é uma característica da doença de Parkinson.


Portanto, ao demonstrar que a bactéria Desulfovibrio possui a capacidade de induzir significativamente a agregação dessa proteína em grandes quantidades e tamanhos, os cientistas responsáveis pelo estudo , acreditam no papel patogênico da bactéria. Apesar de os vermes serem muito diferentes dos seres humanos.

Não há nada conclusivo sobre a relação entre as bactérias intestinais e a doença de Parkinson

De fato, os resultados da presente pesquisa oferecem pistas importantes sobre as possíveis causas da doença de Parkinson.


Porém, ainda não há nada conclusivo.


O estudo ainda está em estágio inicial, foi realizado em animais invertebrados e coletou amostras de um pequeno número de voluntários. Ainda é preciso investigar mais.


No entanto, como indica o diretor da Parkinson’s Foundation nos Estados Unidos, James Beck, este estudo é uma etapa importante para ratificar a associação do intestino na fisiopatologia da doença de Parkinson.


São necessárias mais pesquisas para entender o verdadeiro papel da Desulfovibrio no desenvolvimento de Parkinson. Mas nos instiga, enquanto profissionais que atendem pacientes com doença de Parkinson, a cada dia procurar mais informações e não desistir na busca insaciável por entender quais são as causas desta patologia e o que pode influenciar nos futuros tratamentos.


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